quarta-feira, 7 de julho de 2010

Girls just wanna have fun in Budapeste!!!

Assim como outras cidades da Europa (Praga, Istambul...), Budapeste tá bem na modinha por aqui nesse momento! E porque não unir o útil ao agradável? Passagem easyjet à € 40 + 5 amigas + um destino legal: Budapeste!
2 horas de vôo e voilà, aterrizamos na capital húngara numa manhã fria e nublada de novembro. Do aeroporto pegamos um trem e chegamos na estação Nyugati (do oeste), que foi construída pela companhia de Gustave Eiffel (sim... construtor da torre eiffel). Primeiros contatos com a língua húngara, aquela mesma vibe de Praga... Não entendo bulhufas! Não dá nem pra adivinhar o assunto da conversa, o teor da discussão ou o que indica a placa! Uhhhuuu, assim que eu gosto!

Nosso albergue, escolhido meio na sorte, era o Tiger Tims Place, e por sinal foi uma ótima surpresa. Bem localizado, limpo, acolhedor e o dono, o Tim, era muito legal e simpático! Veio nos receber na porta e dar boas vindas!
Budapeste era antigamente duas cidades: Buda e Peste, separadas pelo rio Danúbio (é o mesmo que passa por Viena, e que corta ainda diversos países antes de desembocar no Mar Negro) e que foram unificadas durante o império austro-húngaro. Mas ainda hoje se faz referencia às duas cidades.

No primeiro dia passeamos por Peste. Primeiro destino: o Mercado Público, pleno de cores e sabores! A famosa paprika está por tudo! Tem uma amarela bem clarinha que o pessoal come de aperitivo, não é forte, uma delícia! Nós almoçamos por lá mesmo, um pratão de goulash mega bem servido e gostoso! É, os hungaros se alimentam bem, principalmente quando se trata de quantidade! Ainda por cima é super barato, 850 forints, mais ou menos € 3,50. Trouxe de lá também o famoso salame Pick, que é uma delícia! Eles também bebem um vinho que eu adorei, o tal Tokaji. Nos rótulos vem marcado o número de "puttonyos" adicionados (varia de 3 a 6). Pelo que eu entendi quanto maior o número, melhor e mais caro o vinho.






De lá fomos explorar a cidade! Beira do Danúbio, pontes, termas... E cada vez mais frio... Acho que subestimei o clima de Budapeste, fui obrigada a comprar mais um casaco!
Nessa época a luz do dia vai embora cedo, pelas 4 da tarde já tá ficando noite. Apesar da cidade ter uma iluminação linda a noite, escurecer cedo é ruim pois significa mais frio e fim dos passeios... Então a gente aproveita pra fazer o que??? Comer, é claro!!! Fomos então provar o chocolate quente do famoso Café Gerbeaud. O café é bem bonito, meio estilo francês eu achei, o chocolate quente é delicioso!







A noite fomos num restaurante bem simpático, não lembro o nome, o ambiente era bem legal e a comida deliciosa! A Tai encarou um bifão a milaneza sozinha e venceu! Hehehe!!! A sobremesa era divina!



No domingo um lindo dia de sol nos aguardava! Fomos pela beira do Danúbio em direção à Buda. Passamos por uma zona residencial bem chique, imaginamos que deveria ser um dos bairros nobres de Budapeste... Continuamos a pé até a Igreja Matthias, dentro da antiga citadela medieval de Buda. A vista da cidade la de cima é linda! Nessa citadela também fica o Castelo de Buda. Eu provei um pãozinho doce tipico de lá, uma delicia, feitinho na hora então...






Atravessamos a ponte Széchenyi e continuamos a explorar Budapeste... Fomos até a famosa avenida Andràssy, dizem que é a Champs Elysée de lá! Passamos pela Ópera que é bem bonita, entramos só no hall e deu pra imaginar que o interior deve ser lindo!



Caminhamos mais e mais em direção a principal praça da cidade, a Hősök tere, ou Praça dos Heróis, muito bonita, mas o verdadeiro tesouro estava atrás da tal praça... As termas Széchenyi! Já era escuro, mas as termas ficam abertas até 22h. A entrada custava 3100 forints (uns 12 euros). Essa terma tinha piscinas internas e externas. Fazia suuuuper frio, a gente teve que correr do prédio até a piscina, mas depois de entrar na agua a uns 35 graus, é só felicidade! Com certeza foi o melhor programa da trip! Hehehe!!! ADOREI! A sensação de bem estar é muito boa depois de sair das termas. A gente ficava revezando as piscinas, o que significa sair da agua de 35° e correr ao ar livre no frio de 6° para entrar em outra! Hehehe!




Saindo de lá fomos no restaurante Paprika, bem rústico, comida típica e porções bem servidas (como sempre), tivemos oportunidade de provar o Foie Gras húngaro, rien à voir com o francês!

No outro dia saímos cedo para ir embora e na estação de trem ninguém falava inglês para nos informar sobre o trem pro aeroporto, foi um stress so e quaaaase perdemos o avião!
Ufa! No fim deu tudo certo! Findi foi curto e passou voando, mas valeu! Budapeste é uma cidade linda! Testada e aprovada!

P.S. Créditos pra Laura e vááárias informações que eu tirei do post dela lá no blog: http://laura-france.blogspot.com/



terça-feira, 8 de junho de 2010

A descoberta de um novo mundo!


É assim que eu posso definir a minha viagem pro Marrocos!
Em primeiro lugar esse país fazia parte da minha lista “top 3”, a qual é completa com Egito e Grécia, que estão por vir... um dia! Mas então, dá pra imaginar a emoção e expectativa que eu tinha em conhecer esse lugar. E melhor, a viagem não foi nada programada. Meus queridíssimos amigos Nizar e Dê, que eu conheci em Montreal, estavam de passagem por Paris e, acredito eu, me fizeram o convite na gentileza, mas... eu aceitei!

Então só pra precisar que nada melhor que ter um guia amigo e local, da área! Principalmente no Marrocos. Principalmente com meus cabelos loiros e olhos verdes! Hahaha!!! E sem (é obvio) falar uma palavra em árabe!!!
Pra começar bem a trip, eu que sou super organizada e prevenida esqueci de pegar qualquer informação dos meus enfitriões, então é claro que no controle de passaporte eu tive um probleminha. Foi então que eu percebi uma certa semelhança entre os brasileiros e marroquinhos! Um tiozinho da duana me disse pra colocar hotel Casablanca e tava tudo dominado!!! Uhhhhhhhuuuuuuu!!!!!!!


Dê me esperando na porta do aeroporto, feliz reencontro, depois de tanto tempo! Fomos para casa da mãe do Nizar, que por sinal é vice-prefeita de Casablanca! Luxo total! Com certeza minha melhor hospedagem até hoje! Tirando a beleza e tamanho da casa, mas a acolhida dos anfitriões! Bom, aí já posso dizer algo que eu já sabia, ou suspeitava... os marroquinos são extremamente acolhedores, simpáticos e receptivos.

Bom, eu começei a minha trip por Rabat, que é a capital administrativa e política do país. É lá que fica o Dâr-al-Mahkzen, palácio real e sede do governo onde trabalham e residem mais de duas mil pessoas. O palacio é muito bonito, na frente da porta de entrada, o Mechouar, é uma área em que acontecem as principais festas em honra ao Rei. A gente nem conseguiu chegar muito perto porque tinha uns guardinhas com caras de poucos amigos! Pra quem não sabe Marrocos é uma monarquia, com um parlamento eleito democraticamente, mas o rei é também o chefe do governo. Por sinal o rei é figura idolatrada, tem fotos dele em tudo que é lugar, bem diferente! Mohammed VI (em arabe : صاحب الجلالة الملك محمد السادس) ) é rei desde 1999, quando o pai dele, que era rei faleceu.

Visitamos também a Torre Hassan, que é muito celebre pois foi um sultão que quis construir ali a maior mesquita do mundo, isso no século XII, mas os trabalhos foram abandonados apos a morte dele em 1199. Hoje restam as ruínas e o Mausolée Mohammed V (construido entre 1961 e 1971). O seu estilo é uma obra prima da arte marroquina tradicional. O lugar é lindo e foi onde tive os primeiros contatos com a cultura, religião e povo marroquino.

De lá nos perdemos nas pequenas ruelas da medina onde tomamos um delicioso e típico chá de menta com os deliciosos doces marroquinos. E é claro a tatuagem de henna que não podia faltar!



















Piscina, sol, calor, comida boa, amigos, MARROCOS... o que mais eu poderia querer?!

Próxima cidade: A legendaria Casablanca! A maior cidade do Marrocos é também a capital econômica do pais. Com mais de 3 milhões de habitantes é a maior metrópole do Magreb.
Como qualquer outra grande cidade Casablanca tem uma parte bem moderna, onde se encontra todas as lojas e redes mundiais, mas saíndo do centro e indo em direção à periferia há bastante pobreza. Mais até do que eu imaginava!
Passamos pela praia, paisagem linda e uma estrutura bem legal! O Nizar também fez questão de me mostrar o primeiro Mc Donalds da África!!!
















O que mais me impressionou em Casablanca foi com certeza a Mesquita Hassan II, pela sua beleza e principalmente tamanho! Ela é a 2ª maior mesquita do mundo (depois da mesquita de Meca). O minarete tem 200m de altura, é impressionante! A gente não pode entrar porque estava na hora da reza, mas eu li que é permitida a visita de turistas não muçulmanos. Engraçado que em torno da mesquita ficam muitos jovens reunidos, admirando e passando o tempo! As fotos dizem tudo!



A noite saimos para jantar com o primo do Nizar, a esposa e uma outra amiga. E confesso que é engraçado ou até inimaginável pensar que os jovens e adultos saem para jantar e se divertir numa sexta a noite e não bebem um gole de álcool! O primo do Nizar nunca experimentou nenhum tipo de bebida alcoólica! Não digo que é bom nem ruim. Não julgo, apenas reflito! Esse e outros paradoxos me fizeram pensar muuuuito nas diferenças entre as culturas e povos. Como nós, brasileiros, podemos imaginar que existe um lugar onde a mulher não pode ir a praia com biquíni??? Hehehe!!!

No dia seguinte pegamos a estrada com destino à Essaouira! Essa também foi uma das partes que eu mais gostei! Pegar estrada e passar pelo interior do país, naquelas cidadezinhas bem pobres, ver as tendinhas de beira de estrada, as paisagens até então desconhecidas, ver o povo na rua, ver a cara do Marrocos! Nada contra quem vai ao Marrocos e passa 1 semana em um resort em Marrakech, mas não acho que esse seja o verdadeiro Marrocos, muito menos o mais interessante. O que me deixou tão feliz nessa viagem foi ter tido o privilégio de ter uma experiência unica e nada turística e com certeza foi por isso que essa viagem foi tão especial.




Descemos do carro pra tirar uma foto com a vista de Essaouira e eu achei que ia derreter e virar uma poçinha d’agua tamanho o calor! Devia estar uns 50°C, sem exagero!!! Chegando na cidade e na beira do mar melhorou um pouco.. ufa!!

Essaouira (chamada antigamente de Mogador) é uma cidade portuária cujo conjunto histórico (medina) foi classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO. A primeira coisa que visitamos foi um castelo/ fortaleza construido pelos portugueses em 1506, onde se tem uma vista linda da cidade!





Suco de laranja natural feito na hora por alguns centavos... São tantas delícias que o Marrocos nos oferece!!!

Eu e Dê nos perdemos nos artesanatos, cores, aromas e sabores!!! É tanta coisa diferente e linda! Da vontade de comprar tudo! Claro, antes tem que negociar, e muuuuito! A arte de negociar é fundamental no Marrocos, faz parte do jogo! Mas o pior é que a gente não sabe o preço real das coisas então fica dificil saber o valor que tem que pagar... Normalmente deve se dividir por 3, até 4 o valor que o vendedor diz. Se você tiver tempo e paciência pra chegar a esse valor.. Bravo!

Eu comprei várias coisas que eu amei no Marrocos... Pratinhos de cerâmica, ervinhas, cheirinhos, taçinhas de cha, temperos, mas com certeza a melhor compra foi o famoso ‘Huile d’Argan’, não sei nem como se chama em português, mas que ele é milagroso é! Fez as minhas unhas ficarem fortes e saudáveis como nunca!!!

No segundo dia em Essaouira partimos para uma super aventura: andar de camelo!!!! Hahaha! Quer dizer... Dromedário! Na verdade é uma delicia! A aventura mesmo é subir nele, vejam aí:

O nosso passeio durou quase 2 horas, passeamos tranquilamente, desfrutando da paisagem! Teve parada pra chá de menta com broa feita em casa num lugar bem roots, como eu gosto! Mas no final tem direito a emoção que o tiozinho que comanda os dromedários resolve apostar uma corridinha! Hahaha!!!

Próxima aventura: provar os fígos de barbarie que nascem nos cactus do Marrocos! Miamm!!! Diferente! Gostoso!


O almoço esse dia foi num lugar sensacional! Fomos com o tio do Nizar, que é comerciante, num restaurante pertinho da loja dele. Tu entrava no lugar pela cozinha, subimos vários lances de escada e a cada lance cruzavamos com familias inteiras comendo com as mãos, comida pelo chão, enfim, eu e a Dê só nos olhavamos com medo! Pra resumir que foi uma das melhores refeições já que comi até hoje! Por tudo, pela comida, é claro, pelo lugar exótico e insólito, pela compania, pela ‘ambiance’, enfim, foi SHOW! Nossa tajine deliciosa com pãozinho feito em casa!


Chá da tarde na casa de uma das tias do Nizar e algo que eu fiquei impressionada... Tu vai na casa de um marroquino não importa o dia e a hora ele vai te receber sempre com uma bandeja recheada de doces, bolinhos e bolachinhas deliciosas! Adorei!

A viagem de volta para Casablanca teve direito a um pitstop em Marrakech! Ficamos apenas poucas horas mas já deu pra sentir o clima da cidade: muita gente na rua, calor, luzes, transito caótico e muuuuitos turistas! A cidade vermelha ,como é chamada, é a capital do turismo no Marrocos e borbulha em pleno verão! Na praça Jamaâ El Fna, a mais movimentada da cidade, acontecem vários espectáculos de saltimbancos, acrobatas, encantadores de serpente, faquires, engolidores de espadas, curandeiros, músicos e dançarinos. É uma loucura! Também tem o souk (mercado), que mais parece uma cidade!


Chegamos de volta a Casabranca quase de madrugada, e eu ainda acordava as 6 da manhã pra pegar meu vôo para Paris! Tive o luxo de ser levada de motorista pro aeroporto!

Sem palavras para descrever esses dias no Marrocos. Sempre tive muita simpatia pelo povo marroquino e muita curiosidade de conhecer o país. Aqui na França é inegável o preconceito com os magrebinos e com os árabes, eu semprei pensei nisso e agora depois dessa ida ao Marrocos respeito e admiro ainda mais o povo marroquino, árabe e muçulmano. Nunca irei esquecer do dia em que acordei as 5 da manhã com o som da mesquita chamando pra reza. Foi uma das sensações mais impressionantes que eu já vivi. Uma mistura de encantamento e admiração. Nunca vou esquecer as estórias que ouvi, as pessoas que encontrei, as comidas que comi... Mas ainda falta descobrir muitas outras cidades do Marrocos... Fez, Tanger, Agadir, e o deserto, é claro! Inch allah! إن شاء الله !

Choukrane a Nizar e Dê, meus queridíssimos amigos ! Essa viagem nem de longe teria sido a mesma sem eles!